PERFIL

Jéssica: amante da literatura

Como os livros ajudaram-na a se libertar do machismo da sociedade

MARIANA ANDREOLI, 8° ANO, E CATARINA AGUIAR DE DOMENICO, 8° ANO

Jéssica, sonhadora e criativa, sempre se interessou pelos diversos momentos que a literatura pode proporcionar. Sua tia presenteava-a com livros em comemorações festivas, assim despertando sua paixão pela literatura. Hoje, se emociona ao ver os alunos do Colégio Santa Cruz interessados por livros em meio a atividades interativas proporcionadas pela biblioteca, tais como exposições, estudos em grupo, aulas extras e palestras.

Vinda de uma família conservadora e sendo a única menina em meio aos dois irmãos, os livros eram sua fuga para um mundo de fantasias. Após tantos anos de adoração pela literatura e pelos estudos, Jéssica continuou sua jornada ao fazer faculdade de História e, ao encerrar uma experiência de estágio, procurou assistenciar bibliotecas em outras escolas, conseguindo, posteriormente, uma vaga no Santa.

Seu horário de trabalho no Colégio se inicia às 12h50 e tem uma duração de nove horas de seu dia. O trabalho, portanto, ocupa boa parte de sua vida e ela tem os fins de semana para priorizar seu psicológico e suas relações fora do ambiente de trabalho. Apesar disso, alegra-se ao ver como os alunos cuidam e convivem bem com a biblioteca.

No contexto da família de Jéssica, cabia a ela fazer as tarefas domésticas gerais sem o auxílio de seus irmãos e pai. Por conta de suas experiências na infância e adolescência, hoje não mantém contato com todos os seus familiares, porém ainda liga de tempos em tempos para a mãe e irmãos, com quem desenvolveu maior afeto por ter vivido certo tempo com eles. Infelizmente, ainda hoje sofre situações machistas, principalmente pela maneira como se veste, mas está consciente e atuando contra tais situações de preconceito.

Jéssica Aline Barros Falcundes )
Jessica Barros é educadora da Biblioteca Padre Charbonneau. Apaixonada por livros, ela estudou História e hoje ajuda os alunos em suas vivências na Biblioteca.
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Provocados(as) por charges selecionadas pela ONU Mulheres, iniciamos nosso módulo discutindo desigualdade de gênero. Pensamos juntos e juntas o que nos incomoda e como podemos atuar, por meio do jornalismo, para mudar essa realidade.

A partir do famoso “carômetro” organizado pela equipe do Colégio, identificamos as educadoras que atuam em diferentes setores. Ao olhar para os nomes e fotografias, memórias e curiosidades foram despertadas e, assim, avançamos na tarefa de selecionar doze educadoras que protagonizam nossos textos. Alinhados à nossa proposta editorial, tivemos o compromisso de privilegiar mulheres que trabalham em diferentes setores e considerar aquelas que nem sempre estão em diálogo com a maioria dos estudantes no cotidiano escolar.

Tendo decidido quem seriam nossas entrevistadas, voltamo-nos ao estudo dos gêneros. Tínhamos como objetivo aproximar os(as) estudantes da reportagem-perfil e da entrevista como tipos textuais jornalísticos, conhecendo suas características e experimentando-os na prática, desde a elaboração de perguntas, até a edição do material.

Aqui cabe dizer que, neste ano, o grupo é composto por repórteres com mais experiência, que já estão no Falaí! há mais de um ano, e por repórteres iniciantes que, em 2023, somaram-se à nossa equipe. Dessa forma, os desafios são adequados ao tempo de experiência de cada grupo.

Cuidar da coesão entre a produção das duplas ou trios de repórteres e a intenção da equipe editorial foi um dos objetivos trabalhados, pois, mesmo que os tipos textuais sejam diferentes, e que as entrevistas nos conduzam para lugares distintos, a publicação deve ser uma produção coletiva.

Com a colaboração e a gentileza de nossas entrevistadas, pudemos reuni-las em duas salas do Colégio para realizar uma grande sessão de entrevistas. Acompanhados de gravadores e bloquinhos de notas, os repórteres receberam as educadoras e administraram entrevistas nas quais tinham como objetivo entender a história de vida, a atuação profissional e o cotidiano de cada uma delas.

Ao final da sessão, entrevistadores(as) e entrevistadas se juntaram para registrar as fotografias que ilustram cada um dos textos jornalísticos.

De volta à redação, os(as) jovens jornalistas revisitaram os áudios das entrevistas, elaboraram os textos e revisaram o material.

Ao final do processo, construímos uma parceria com a equipe de Projetos Digitais da Editoração, alinhando a produção deste site, o qual dialoga com o projeto gráfico original do Falaí! e contempla as demandas desta publicação. Os(as) estudantes da oficina foram desafiados, também, a se adequarem ao formato, pensando sobre número de caracteres da manchete, por exemplo.

Finalizamos este módulo de estudos do curso com o olhar mais atento às questões de gênero, conhecendo novos tipos textuais e reconhecendo figuras importantes da nossa escola.

Esperamos ter compartilhado esses aprendizados com você também.

Raphael Gonçalves e Tatiana Luz

Professores do Falaí! e editores da publicação